terça-feira, 26 de junho de 2012

A chuva...


Segunda-feira,
A chuva caindo e pensamentos suscitando
Momento de reflexão, paralisação...
A chuva caindo eu a observando
Uma lágrima começa a cair
Levanto-me e pego um cigarro
Eu o acendo
Uma tragada
A fumaça em direção aos meus pensamentos
Chuva caindo, lágrimas caindo...
Ela tá forte, o choro é forte.
O céu chorando
Eu chorando
E a nostalgia me consumindo
Pensamentos me consumindo
Desejos, liberdade, vontades...
E chuva cada vez mais forte
Levanto-me da cadeira
Olho céu chorando sem fim
Decido me molhar
Sentir a lagrima da chuva
Banho de chuva
Choramos juntas
Sinto suas lagrimas cair no meu rosto
Sinto que ela é forte
Ela para de chorar
Vejo uma nuvem branca e a lua nascendo
Pensamentos nascendo
O amor renascendo
Era uma fase
Mudança da lua cheia
Para a lua nova
Para vida nova...

(Camille    C. Miranda)


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Do livro do Desassossego



"Assim como lavamos o corpo deveríamos lavar o destino, mudar de vida como mudamos de
roupa - não para salvar a vida, como comemos e dormimos, mas por aquele respeito alheio
por nós mesmos, a que propriamente chamamos asseio.
Há muitos em quem o desasseio não é uma disposição da vontade, mas um encolher de
ombros da inteligência. E há muitos em quem o apagado e o mesmo da vida não é uma forma
de a quererem, ou uma natural conformação com o não tê-la querido, mas um apagamento da
inteligência de si mesmos, uma ironia automática do conhecimento.
Há porcos que repugnam a sua própria porcaria, mas se não afastam dela, por aquele mesmo
extremo de um sentimento , pelo qual o apavorado se não afasta do perigo. Há porcos de
destino, como eu, que se não afastam da banalidade quotidiana por essa mesma atracção da
própria impotência. São aves fascinadas pela ausência de serpente; moscas que pairam nos
troncos sem ver nada, até chegarem ao alcance viscoso da língua do camaleão.
Assim passeio lentamente a minha inconsciência consciente, no meu tronco de árvore do
usual. Assim passei o meu destino que anda, pois eu não ando; o meu tempo que segue, pois eu
não sigo."

(- Bernado Soares : Heterônimo de Fernando Pessoa)

terça-feira, 12 de junho de 2012

Pesquisa, projetos, sonhos e um único foco...




Tudo que eu faço nessa vida eu faço com muito amor e muita determinação. Não gosto das coisas pela metade, se for pra ser assim deixo de lado.  Tenho descendência indígena como qualquer brasileiro, mas, também tenho o meu lado preto, nordestino e caboclo. Não rotulo raça, sou de todas as raças.

Pois bem, culturas em gerais foi sempre um fascínio que me instigava. Nunca fui de ver muita televisão é  algo muito raro, mas sempre quando posso assisto à Tv Cultura, gosto dessa emissora, os documentários que ela passa são incríveis. E foi nessa emissora que em 2007 assistir um documentário indígena, já tinha um grande estima pelas lendas indígenas por causa do programa Catalendas, mas esse documentário foi que despertou um interesse profundo. Era um documentário sobre o Xingu e os povos que nele habitam. Falavam das suas crenças, danças, rituais e lendas. Um documentário maravilhoso que fez despertar em mim uma admiração indescritível.

Desde daquele ano até hoje a minha admiração e euforia cresce a cada dia.  Entrei no curso de letras com o propósito de querer trabalhar com literatura amazônica com ênfase em narrativas orais indígenas, mas por consequência do destino e por um presente de Deus fui me apaixonando pela linguística e me aproximando cada vez mais do meu sonho. Tive a oportunidade de ser aluna de uma professora incrível que não desistiu de mim enquanto eu estava em dúvida se era isso mesmo que eu queria para minha vida. Ela é uma pessoa muito especial que me ensinou o caminho da pesquisa e agradeço muito a ela por eu está onde eu estou. Ela me apresentou a uma outra pessoa que de fato é uma verdadeira mãe. Sou bastante grata a essas duas pessoas. Hoje eu trabalho em um lugar que de fato é referencia em pesquisas em culturas e línguas indígenas, lá eu conheci os kayapós, os ajudei na edição dos seus vídeos foi à experiência mais incrível que eu tive, eles são fortes, guerreiros, e trazem consigo uma vibração inexplicável. Também tive contatos com os índios tembés e parakatejes e kyikatejês , foi também uma das experiências mais incríveis que eu tive. Dancei e me pintei de jenipapo, me senti uma índia de verdade.

Enfim, admiro e respeito muito à cultura indígena. Suas raízes, tradições e costumes. Amo a minha pesquisa, meu trabalho, meu foco. Quero ter a experiência de ir um dia ir para uma aldeia e passar um tempo indeterminado por lá.  Tenho certeza que esse sonho vai se concretizar logo, logo. Espero que o Rio+ 20 possa de alguma forma ajudar os povos indígenas brasileiros que esses índios possam de fato mostrar ao branco como se faz um planeta sustentável e melhor.

A força que vem do Norte
A força do meu país
Guerreiros, verdadeiros filhos do meu Brasil.
Verdadeiros filhos da Natureza
Vem ensinar ao branco a respeitar o planeta
A respeitar a terras de vocês
Sem projetos ignóbeis governo Federal
Respeitem os verdadeiros donos dessa terra
Chega de genocídios de línguas e culturas
Chega de genocídios de indígenas
Não se iludem não se corrompem, por coisas supérfluas
Acreditem a Amazônia vale muito mais do que qualquer presente.
Não vendem suas terras, não percam suas identidades, suas raízes e costumes.
Preservem o que vocês têm de mais bonito,
A cultura indígena precisa viver!!!