quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Belém, Pará, Brasil- Mosaico de Ravena





Vão destruir o ver o peso e construir um shopoping center
Vao derrubar o Palacete Pinho pra fazer um condomínio
Coitada da Cidade Velha que foi vendida pra Hollywood
Pra ser usada como um albergue num novo filme do Spielberg
Quem quiser venha ver
Mas so um de cada vez
Não queremos nossos jacarés
Tropeçando em vocês
A culpa é da mentalidade
Criada sobre a região
Por que que tanta gente teme ?
Norte não é com "M"
Nossos índios não comem ninguém
Agora é so hamburger
Por que ninguém nos leva a sério ?
Só o nosso minério ?
Quem quiser venha ver
Mas so um de cada vez
Não queremos nossos jacarés
Tropeçando em vocês
Aqui agente toma guaraná quando não tem coca-cola
Chega das coisas da terra que o que é bom vem lá de fora
Transformados até a alma sem cultura e opinião
O Nortista só queria fazer parte da nação
Ah, chega de malfeituras
Ah, chega de triste rima
Devolvam a nossa cultura
Queremos o Norte lá em cima
Porque, onde já se viu ?
Isso é Belém
Isso é Pará
Isso é Brasil



sábado, 20 de agosto de 2011

Quando Chorar...


Há um tipo de choro bom e há um tipo de choro ruim. O ruim é aquele em que as lágrimas correm sem parar e, no entanto, não dão alívio. Só esgotam e exaurem. Uma amiga perguntou-me, então, se não seria essa choro como o de uma criança com a angústia de fome. Era. Quando se está perto desse tipo de choro, é melhor procurar conter-se: não vai adiantar. É melhor tentar fazer-se de forte, e enfrentar. É difícil, mas ainda menos do que ir-se tornando exangue a ponto de empalidecer.

Mas nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respeitar a nossa fraqueza. Então, são lágrimas suaves, de uma tristeza legítima à qual temos direito. Elas correm devagar e quando passam pelos lábios sente-se aquele gosto salgado, límpido, produto de nossa dor mais profunda.

Homem chorar comove. Ele, o lutador, reconheceu sua luta às vezes inútil. Respeito muito homem que chora. Eu já vi homem chorar.

(Clarice Lisptector)

"E não adianta nem me procurar em outros timbres em outros risos, eu estava aqui o tempo todo. Só você não viu"


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Há momentos...




Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.




quarta-feira, 17 de agosto de 2011

"Eu sou um contador de histórias"






O CONTADOR DE HISTÓRIAS.
(Adriano Aguiar, Alquiza Maria, Vanessa Aguiar)

Aqui na Amazônia
a morada dos contos
é aqui, vou lhes mostrar
Aqui na Amazônia
conheça meu mundo
pois um velho caboclo vai lhes contar
Tem gente que se ingera em boto no rio
Tem caboclo que entrou no mato e sumiu
Ouvi matinta cantar
Senti bicho estranho me olhar
Se não acredita, não duvides seu moço
pode me procurar
Curumim tá com medo
Já baixou teu arreto
Essa é a nossa história
é o imaginário caboclo
são contos do meu avô
do meu velho pai
O terreiro tá cheio
E eu conto pra todos que querem me ouvir
Uma vez na passada de volta pra casa
Curupira roubou meu tabaco e cachaça
 
Vi tapiraiauara de longe mas vi
Cobra grande um galope é neguinho do campo grande
[foi por alí]
Eu sou um contador de histórias
ê ê ê êô
é o folclore amazônico de um contador
ê ê ê êô
Eu sou um contador de histórias
ê ê ê êô
é o folclore amazônico de um sonhador


Letra retirada do site : http://www.boicaprichoso.com/toadas.asp?Sessao=Toadas&SessaoID=12&PointerIN=




terça-feira, 16 de agosto de 2011

Palestra no Museu Emílio Goeldi.


Caros,

Quero compartilhar com vocês, a alegria de ter participado da palestra que fala sobre "Acervo Inédito da expedição de Emil Heinrich Snethlage". Ministrada pela jornalista e fotografa Gleide Mere.

O alemão Emil Heinrich Snethlage (1897-1939) fez duas viagens importantes ao Brasil. Dr. Snethlage foi um dos percussores aos estudos de povos indígenas de Rondônia no vale do Guaporé.  Inspirado pelo exemplo de sua tia Emilie Snethlage, que foi diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi entre 1914 e 1922. Dr. Snethage fez uma viagem ornitológica entre 1923 e 1926 (em parte acompanhado por sua tia) ao Centro-Oeste do Brasil, onde visitou vários povos Jê e Tupí e desenvolveu uma paixão pela etnografia.

No final de 1933 até o início de 1935, Snethlage organizou uma expedição ao alto rio Madeira. O objetivo da expedição era aumentar a coleção do Museu de Etnologia em Berlim. Durante pouco mais de um ano ele visitou algumas partes da Bolívia e subiu quase todos os afluentes importantes do lado brasileiro do rio Guaporé. Snethlage viajou à região do Vale do Rio Guaporé, em Rondônia, através de uma expedição científica do Museu Etnográfico de Berlim e durante a expedição, entrou em contato com sete povos indígenas que, até aquela época, ainda não haviam sido estudados: Makurap, Amniapä/Mampiapä, Jabutí, Wayoro, Arikapú, Aruá e Tuparí. Além desses, pôde colecionar objetos de povos que já eram conhecidos: Moré, Kumaná, Pauserna, Abitana-Huanyam e Chiquitano.

Ele colecionou milhares de objetos etnográficos, fez escavações arqueológicas, documentou a vida dos povos indígenas em fotografias e filmes, gravou música indígena em cilindros de cera e coletou listas de palavras das línguas indígenas. Também manteve um diário científico, cujo manuscrito datilografado consta de mais de 1000 páginas. Com base na viagem ao alto Madeira, Snethlage chegou a organizar uma exposição em Berlim, publicar vários artigos etnográficos, um estudo das tradições musicais indígenas (1939) e um livro científico-popular sob o títuloAtiko y (1937). Snethlage planejava a publicação de monografias sobre as diferentes tribos e dos vocabulários de suas línguas. Já estava trabalhando em vários ensaios e uma monografia sobre os Moré em 1939, quando a 2aGuerra Mundial interrompeu suas atividades. Teve que ingressar no serviço militar obrigatório, e logo depois faleceu em um acidente.

A maior parte da coleção etnográfica de Snethlage — como também o diário — sobreviveu à guerra. O etnólogo Franz Caspar teve acesso ao diário e aos vocabulários quando estava trabalhando em sua tese doutoral (1953) e algumas informações importantes deste material foram incluídas em sua monografia sobre os Tuparí (1975). Outros cientistas, como Chestmír Loukotka e Paul Rivet, tiveram acesso a este material, que nunca foi publicado e do qual uma parte desapareceu. Foi com base nos vocabulários do Snethlage que Curt Nimuendajú descobriu a conexão entre as línguas Jabuti de Rondônia e as línguas Jê do Centro-Oeste. Uma parte dos vocabulários foi digitalizada na Universidade de Leiden por Hélène Brijnen e Willem Adelaar. 

O diário está sendo preparado para publicação por seu filho e herdeiro, Rotger Snethlage. Os trabalhos de Snethlage representam uma fonte riquíssima de dados sobre os povos e indivíduos indígenas da região, nas primeiras décadas do contato com a cultura ocidental. Naquele tempo, a região onde ele viajou era totalmente desconhecida pela ciência; na maioria dos casos, Snethlage foi o primeiro a documentar suas culturas e línguas indígenas. Infelizmente, doenças contagiosas exógenas já haviam sido introduzidas por não-índios e, quando Franz Caspar chegou no final da década de 40, a maioria das populações já haviam sido dizimadas. Não obstante o trabalho de Caspar, ainda se sabe muito pouco das culturas hoje quase extintas do lado direito do Guaporé, a maioria das quais fazem parte do Complexo Cultural do Marico (assim chamado pela antropóloga Denise Maldi). Consequentemente, e em vista da riqueza e da qualidade dos dados, o trabalho de Snethlage é uma das melhores fontes etnográficas e históricas que existem sobre a vida tradicional dos povos indígenas do lado direito do rio Guaporé.

Tudo isso e mais um pouco foi exposto pela jornalista Gleide Mere que mostrou uma parte desse diário e de vídeos que já estão digitalizados e canções instrumentais que eram feitas por cilindros de ceras foram reconhecidas por falantes da língua. Expondo como exemplo canções instrumental do povo Makurap, que foram reconhecidas por idosos da comunidade. Em suma, a palestra foi magnífica e eu consegui aprender e fica cada vez mais admirada com a cultura indígena. Museu Goeldi sempre surpreendendo isto é fato.

Referencias de sites:

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Frase do dia.



"Todos temos os nossos momentos de fraqueza, ainda o que nos vale é sermos capazes de chorar, o choro muitas vezes é uma salvação, há ocasiões em que morreríamos se não chorássemos "


(Saramago - Ensaio sobre a cegueira)



Um grande dia à todos !

Jah :)


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Clarice Lispector (Trecho)

"Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente, pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar."

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Catalendas.

Desde muito pequenininha, as lendas amazônicas me fascinam de um jeito inexplicável!
Um dos programas que mais me instigou a trabalhar com lendas e cultura indígena foi o programa do catalendas.
Segue abaixo a lenda do Papagaio Cra-Cra contada pela incrível e deslumbrante Dona Preguiça ;)
Espero que gostem!
Um grande beijo.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Na noite passada tive um lindo sonho...





Sonhei que um anjo levou-me a um lugar lindo
Aonde a paz sempre reinou
Um lugar que não existia violências e nem conflitos armados
Um lugar que me fez sentir o verdadeiro sentido de viver
O verdadeiro sentido de amar.
Era um lugar espetacular, indescritível e Inesquecível!
Mas, infelizmente percebo que quando eu acordo.
Compreendo que era apenas um sonho e tudo volta ao normal.

Nossa! Como eu queria morar no paraíso dos Deuses e Orixás
Morar em um lugar aonde as pessoas pudessem morar em serenidade
Sem nenhum medo e preocupação 
Um lugar que o governo iria respeitar à Amazônia sem devastá-la
Um lugar aonde os índios iriam ser respeitados e admirados sem serem dizimados
Um lugar que o preconceito não iria prevalecer,
Aonde branco, caboclo, negro e índio se abraçariam sem nenhum tipo de racismo e discriminação.

Eu quero muito um mundo cheio de Paz e Alegria
Vamos lutar para esse sonho se torne real!
Pois, tenho certeza que esse sonho não é só meu e sim de muitos que querem um mundo MELHOR!