Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever... (Clarice Lispector)
terça-feira, 27 de setembro de 2011
...
Era a lua mais clara
Das noites mais escuras
Era a decisão da razão
O momento do meu existir
Aonde os sons dos grilos
Me fazia cantar.
Eufórica, ofegante, palpitante
Aprisionada pelos barulhos do meu silêncio:
Necessidade de existir,
Desejos de fugir.
Retida por esses anseios
Descoberta em frente a este espelho.
Menina.
Sonhando enxergando
Nas risadas da lua
A insustentável leveza do ser.
(Andrea, Camille, Thaís)
sábado, 17 de setembro de 2011
Canoa Gisela
Como o Pará é rico!
Meu Estado é tão rico em suas poesia, que cada vez que eu olho uma letra fico cada vez mais admirada de fazer parte desse estado tão lindo.
Caro Leitores, à vocês apresento a composição de Alan Carvalho,Ronaldo Silva, Cincinato Jr.
Sinta o sentimento da poesia que essa composição traz...
Meu Estado é tão rico em suas poesia, que cada vez que eu olho uma letra fico cada vez mais admirada de fazer parte desse estado tão lindo.
Caro Leitores, à vocês apresento a composição de Alan Carvalho,Ronaldo Silva, Cincinato Jr.
Sinta o sentimento da poesia que essa composição traz...
Canoa Gisela
(Ronaldo Silva, Allan Carvalho e Cincinato Jr)
Canoa Gisela me leva
Pelas águas do rio Arari
Quero ver ararinhas e garças
Revoando no céu por aí
Aruãs ainda escuto maracas
Ainda vejo fogueiras queimando
Lá no céu vejo o brilho da lua
Lá no céu uma estrela laguna
Declamado:
Ao redor das fogueiras, meu mano
Os antigos pajés embalavam
As cantigas que os ventos do lago
Ainda espalham pela Cachoeira
Vão no rio, tem aromas suaves
São lembranças, histórias de antes
Que a Romana guardou no Mineiro
Pra contar lá no retiro grande
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Eu,etiqueta-
Poema de Carlos Drummond que retrata o homem em crise com sua própria identidade, o homem materializado que para se sentir bem aos padrões que a sociedade capitalista insisti impor andar com um nome que não é dele de batismo,ou seja, o nome da marca que faz ele se tornar uma coisificação do capitalismo.
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Lua Adversa
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha
tenho outras de ser sozinha
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
(Cecília Meireles)
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Sonhos...
Os sonhos são engraçados, eles nos envolvem de uma forma que às vezes penso que estou vivendo em outro mundo, ou melhor, no mesmo mundo, mas com um toque de diferença. Isso é estranho. Entretanto, madrugada de ontem rendeu muito, dormir e acordar com libidos não é uma tarefa fácil, é difícil, pois quanto mais o desejo aumenta, mais ele vai te asfixiando e começa fazer parte até nos momentos de descansos, ele não te deixa em paz, nem por um momento, nem por um instante. Quando estou assim cheia de desejos acorrentados, que me desconcentra de forma indescritível, eu escrevo, pois as palavras são algo que expressam até os sentimentos ou desejos mais obscuro. Sei que não adianta tanto, pois até nos sonhos eles me perseguem, ameniza na hora da escrita, mas depois voltam com uma intensidade muito maior. Não sei o que tá acontecendo, mas estou me sentido assim esses dias. Sonhos loucos que me perseguem todas as noites que me faz acorda no meio na madruga com aquela respiração ofegante, coração batendo acelerado, e aquele desejo que não passa.
E foi assim que eu escrevi Desejos Aprisionados , quando o escrevi a excitação se apoderou de mim de uma forma incrível, mas como eu sou paradoxal, e mesmo ela se apoderando de mim de forma maravilhosa, vinha àquela ânsia, aqueles desejos de libertação que chegar a ser um suplício por parecer não ter fim. A poesia não surge do nada, ela sempre vai surgir de um sentido, inspiração ou um desejo. A minha poesia surgiu de um sonho, um sonho que me persegue dia e noite, faz-me escrava dele. Dizem que os sonhos retratam os teus desejos mais intensos, e na madrugada de hoje tive essa conclusão. O meu sonho foi bem intenso, foi um sonho lindo cheios de desejos e tesão, um sonho que me levou ao céu, e me fez sentir o verdadeiro sentido do prazer, mas como tudo que é bom dura pouco. Acordei pela manhã, e estava com o coração acelerado, respiração ofegante e com um calor ardente. Por um minuto me senti livre desse desejo. Doce engano, ele ainda está dentro de mim. Aprisionando-me e me escravizando. Mas agora, de forma mais intensa.
Desculpe precisava escrever...
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Ascenso Ferreira- Maracatu.
Zabumba de Bombos,
Estouros de bombas,
Batuques de ingonos,
Cantigas de banzo,
Rangir de ganzás...
—Loanda, Loanda, aonde estás?
Loanda, Loanda, aonde estás?
As luas crescentes
De espelhos luzentes
Colares e pentes,
Queixares de dentes
De maracajás...
— Loanda, Loanda aonde estás?
Loanda, Loanda, aonde estás?
A Balsa do rio
Cai no corrupio
Faz passo macio,
Mas toma desvio
Que nunca sonhou...
— Loanda, Loanda, aonde estou?
Loanda, Loanda, aonde estou?
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Pensamentos Literários
"Os escritores costumam dizer que em literatura faz-se em cinco minutos, e de graça, o que o cinema só faz à custa de milhões de dólares e milhares de figurantes. As possibilidades de criar imagens com palavras podem não ser infinitas, mas certamente são inesgotáveis." (TAVARES, Braulio. 2005)
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Desejos Aprisionados
Baby,
Quando te vejo
O meu corpo incendeia
E meu coração palpita forte
E vivo o calor da aventura
e dos desejos
e dos desejos
Baby,
Se você pode me alcançar
Se você pode sentir o desejo pegando fogo
Vais ver que eu quero ti sentir dentro de mim
Que eu quero sentir teu corpo junto ao meu
E sentir o teu beijo ardente
Me envolvendo de corpo e alma;
Quero sentir o prazer dos gemidos
E ouvir tua voz sussurrando ao meu ouvido
Palavras eróticas que me encham de desejos ardentes
Venha baby!
Estou tão acorrentada nesse desejo
Quero-te com muita paixão
Sua vibração esta me deixando louca
Fico ébria só em pensar suas mãos tocando o meu corpo
Curtindo sensações de prazeres insanos
Esse seu ritmo está me deixando louca de tesão
Venha baby!
Libertar-me desses desejos aprisionados
Faça-me uma garota realizada
Faça-me sentir essa sua energia que me deixa louca
Libertar-me dessa prisão
E me leve para os devaneios da paixão.
(Camille Miranda)
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