Em que corpo estás?/Estás no ar, no sol, na luz/ Estás no infinito/Estás nos séculos/Tão poucos séculos, diante da nossa eternidade/E quando nos veremos?/Te sinto sempre/Na música, no sol, nas águas/No calor, no frio, nos ventos/Em cada Estado, país ou continente/Te sinto sempre meu amor/Apesar do que fizeram conosco!/
Mostra-me o caminho/Mostra-me em sonhos/Em cânticos, a nossa libertação./
Intocável é a nossa Casa/Nossos filhos cresceram, morreram e renasceram. /Tornaram a morrer/ Nossos filhos indígenas/Quase estão cegos pelo que aconteceu naquele dia/Muitos não reconhecem mais a sua mãe/Até as costas lhe deram/Pouco restou das cerimônias/Somente a dança com fé./ E não reconhecem mais a filha do pajé/
Lembra-te das cerimônias sagradas/Quando banhávamos nus?/E que nossos corpos penetravam as profundezas do Planeta Terra?/Mergulhávamos e trazíamos /Dezenas de crianças/Filhas Dela! /
Mas meu amor/Dá--me tuas fortes mãos/Leva-me em tuas grandes asas sagradas/E dá-me força e poder/Porque o implacável Criador/Manda-me voltar séculos e séculos/E a ele levar a sagrada Raiz da Lagoa Akujutibiró./
A sagrada Raiz?/ Está coberta de lama endurecida
Pelo peso da opressão dos séculos/E minhas mãos indígenas de mulher/Ainda estão frágeis e sangram/E se ferem nos espinhos dos pântanos!/
Tento me esconder na barriga da Mãe-Terra/E esquecer nossos filhos/Mas vejo Nhendiru chorar/ Vejo nossos filhos sofrerem/Então... O espírito do mar/ Uma grande névoa azulada/Envolve-me, seduz-me, encanta-me/E levanta-me na chama guerreira/E faz-me falar, cantar e gritar.../
Até que um dia/Os nossos filhos mortos, nascidos, e renascidos
Possam relembrar do olhar, docemente, /Da luz envolvente/E da tinta de jenipapo/ Cravada pelo Grande Espírito em nossa cara.
Mostra-me o caminho/Mostra-me em sonhos/Em cânticos, a nossa libertação./
Intocável é a nossa Casa/Nossos filhos cresceram, morreram e renasceram. /Tornaram a morrer/ Nossos filhos indígenas/Quase estão cegos pelo que aconteceu naquele dia/Muitos não reconhecem mais a sua mãe/Até as costas lhe deram/Pouco restou das cerimônias/Somente a dança com fé./ E não reconhecem mais a filha do pajé/
Lembra-te das cerimônias sagradas/Quando banhávamos nus?/E que nossos corpos penetravam as profundezas do Planeta Terra?/Mergulhávamos e trazíamos /Dezenas de crianças/Filhas Dela! /
Mas meu amor/Dá--me tuas fortes mãos/Leva-me em tuas grandes asas sagradas/E dá-me força e poder/Porque o implacável Criador/Manda-me voltar séculos e séculos/E a ele levar a sagrada Raiz da Lagoa Akujutibiró./
A sagrada Raiz?/ Está coberta de lama endurecida
Pelo peso da opressão dos séculos/E minhas mãos indígenas de mulher/Ainda estão frágeis e sangram/E se ferem nos espinhos dos pântanos!/
Tento me esconder na barriga da Mãe-Terra/E esquecer nossos filhos/Mas vejo Nhendiru chorar/ Vejo nossos filhos sofrerem/Então... O espírito do mar/ Uma grande névoa azulada/Envolve-me, seduz-me, encanta-me/E levanta-me na chama guerreira/E faz-me falar, cantar e gritar.../
Até que um dia/Os nossos filhos mortos, nascidos, e renascidos
Possam relembrar do olhar, docemente, /Da luz envolvente/E da tinta de jenipapo/ Cravada pelo Grande Espírito em nossa cara.
(Texto de Eliane Potiguara em “METADE CARA, METADE MÁSCARA”, Global Editora, Visões Indígenas editadas por Daniel Munduruku).
Nenhum comentário:
Postar um comentário