sábado, 6 de novembro de 2010

O contador de Histórias ...

Essa linda história, que irei contar para vocês; foi à história mais bonita e encantadora que eu já li e ouvi. È a história de Yacoub, um homem que quer mudar o mundo. Vamos a essa linda história.


Yacoub era pobre, mas despreocupado e feliz, livre como um pássaro, sonhando sempre cada vez mais alto. Em boa verdade estava apaixonado pelo mundo. Porém, o mundo à sua volta parecia-lhe sombrio, brutal, seco de coração, de alma obscura, e ele sofria com isso, pensou:

-Como? Fazer com que seja melhor? Como trazer à bondade estes tristes que vão e vem sem olhares para os seus semelhantes?

Ruminava estas perguntas pela Rua Presidente Vargas, vagueando e saudando as pessoas que, no entanto, não lhe respondiam.

Ora, uma manhã, quando atravessava uma praça cheia de sol, teve uma idéia:
-E se lhes contasse histórias? Pensou, “Assim, eu, que conheço o sabor do amor e da beleza, ajuda-los certamente a encontrar a felicidade”. Pôs-se em cima de um banco e começou a falar. Os velhos, as mulheres e as crianças, admirados, pararam um momento a ouvi-lo, mas depois lhe viraram as costas e prosseguiram o seu caminho.

Yacoub, achando que não podia mudar o mundo num dia, não perdeu a coragem. No dia seguinte voltou àquele mesmo lugar, e de novo lançou ao vento, com voz forte, as mais comoventes palavras. Outras pessoas pararam para ouvi-lo, mas em número menor do que na véspera. Alguns riram-se dele. Houve mesmo que lhe chamassem de louco, mas não quis prestar atenção. “As palavras que semeio germinarão”, pensou. “Um dia entrarão nos espíritos e acordaram. Tenho de falar, falar mais ainda”.

Terminou, pois, e dia após dia voltou à grande Praça da República para falar ao mundo, contar maravilhas, oferecer aos seus semelhantes o amor que sentia. Todavia, os curiosos tornaram-se cada vez, mais raros, desapareceram quase todos e, em breve, apenas falava para as nuvens, o vento e as silhuetas apressadas, que já só lhe lançavam uma olhadela de espanto à medida que passavam. No entanto, não desistiu.

Descobriu que não sabia nem desejava fazer outra coisa que não fosse contar histórias, mesmo que estas não interessassem a ninguém. Começou a dizer-las de olhos fechados, pela única felicidade de ouvi-las, sem se preocupar em ser ouvido. Sentiu-se bem a partir dali só falava assim: de olhos fechados. As pessoas, temendo relacionar-se com as suas extravagâncias, deixaram-no só, com as suas histórias, e habituaram-se, assim que ouviam a sua voz lançada ao vento, a evitar a esquina da praça onde Yacoub se encontrava.

Assim anos foram passando. Ora, numa noite de inverno, enquanto -sob um crepúsculo indiferente- contava um conto prodigioso, sentiu alguém o puxava por uma manga. Abriu os olhos e viu uma criança, que, fazendo uma careta engraçada, lhe disse, esticando-se nas pontas dos pés:

-Não vez que ninguém te ouve, nunca te ouviram e jamais te ouvirá? O que te levou a viveres assim a vida?

-Estava louco de amor pelos meus semelhantes- respondeu Yacoub – E foi por isso que, no tempo em que ainda não eras nascido, me vieram os desejos de torná-los felizes.

A criança respondeu:

- Pois bem, pobre louco, e eles são-no?
-Não-Disse Yacoub, abanado a cabeça.
-Por que razão teimas então? – perguntou ternamente a criança, tomada de repentina piedade.

Yacoub refletiu por instantes.
- Eu conto sempre, é claro, e contarei até morrer-disse. – Dantes, contava para mudar o mundo.

Calou-se; depois o seu olhar iluminou-se, e acrescentou:

- HOJE, CONTO PARA QUE O MUNDO NÃO MUDE, A MIM.

Permita-me dizer que esse conto e o melhor de todos que eu já li. As circunstância que o mundo se encontra
 só resta-me isso contar historias para que o mundo não me mude.

Fiz algumas adaptações na história original. “A história faz parte da árvore dos tesouros, do autor Henri Gougaud".

Beijos



2 comentários:

  1. "Nativa da terra do carimbó, do açaí,do tacaca,do pavulagem,do boto,da matinta,do curupira do círio,e do boi bumbá." - Camille, qual o significado desses termos?

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  2. Esses termos significam ou expressam o orgulho de ser do Pará. E que as lendas e o folclore de minha região são uns verdadeiros fascínios pra mim.Respondido?ueheuehueheu beijos !

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