sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Viva o ano novo, que venha 2012...


Eu fui muito feliz não tenho o que reclamar papai do céu foi muito bom, até demais. Deste modo, eu sou totalmente grata por tudo que ele tem feito por mim, confiou no meu potencial e colocou pessoas muito importante em meu caminho. Agradeço por ter iniciado na pesquisa em línguas indígenas, por ter feito suscitar uma admiração e um amor inexplicável a essa cultura tão linda e bela que merece todo o meu respeito. Quero agradecer por esta no Museu Goeldi que está sendo uma experiência incrível e sensacional, pelo meu primeiro contato com indígenas que onde eu tive a certeza de que é isso que eu quero pra minha vida. Quero poder  contribuir de alguma forma pra preserva e valorizar as línguas e culturas indígenas da Amazônia e estou dando tudo que tenho pra que isso aconteça.
Também quero agradecer pela saúde dos meus pais e avós, eles são a minha vida e sem eles eu não estaria onde estou. Obrigada grande Tupã por ter me dado os pais mais maravilhosos do mundo que mesmo com as nossas brigas agente se ama cada vez mais. E também aos grandes amigos que fizeram dos meus finais de semana uma festa de pura alegria. Em suma, quero agradecer pelo sol, pela brisa, pela chuva, pelo mar, por tudo. Que em 2012 seja melhor ainda só peço um ano repleto de desafios, amor, purificação, desejos e pesquisas muitas pesquisas em línguas indígenas.

Em 2011
Eu bebi, dancei, pulei, gritei...
Chuva, sol, alegria...
Em 2011
Eu amei, chorei, vivi, renasci...
Reggae, Brisa e mar...
Em 2012
A vibração está no ar...

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ser Índio...


Ser índio é ser igual

E ser diferente.
Ser índio é ter coragem de lutar
e com a luta unir seu povo contra o mal

Ser índio é ter orgulho de sua identidade

e com ela fortalecer sua cultura.
Ser índio é tornar mais forte o seu povo
e reviver a sua inteligência.

Ser índio é não ter aquilo que não gosta

e ter aquilo que lhe pertence.
Ser índio é cuidar da mãe terra
e preservar a natureza.

Ser índio é ser amigo nos dias de sol

e de chuva.
Ser índio é ter consigo a liberdade
e fazer valer a sua capacidade.

Ser índio é viver em comunidade.

Ser índio é gostar da verdade.
Ser índio é lutar pela igualdade.
Ser índio é sorrir e chorar com os que amam
Ser índio é ser filho da Pakori aso
Ser Filho de Tupã
Ser filho da Amazônia.


por: Puhuy Pataxó Hãhãhãe

domingo, 11 de dezembro de 2011

Preciso...



Preciso de paz interior, sugestão, risadas, amigos, tequila, whisky, cerveja, compreensão, companheirismo, atenção. Preciso da lua, do sol, do mar, da poesia, da música, da natureza,  horizontes distantes , da chuva, purificação, da dança, sorrisos, abraços e beijos molhados, fogo, excitação, desejos, preciso de paixões ardentes que faça despertar os meus libidos de forma intensa e profunda. Mas essencialmente preciso de mim mesmo, de amor próprio, preciso desistir, preciso recomeçar, preciso me apaixonar.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Nossa Casa Ancestral








Em que corpo estás?/Estás no ar, no sol, na luz/ Estás no infinito/Estás nos séculos/Tão poucos séculos, diante da nossa eternidade/E quando nos veremos?/Te sinto sempre/Na música, no sol, nas águas/No calor, no frio, nos ventos/Em cada Estado, país ou continente/Te sinto sempre meu amor/Apesar do que fizeram conosco!/ 
Mostra-me o caminho/Mostra-me em sonhos/Em cânticos, a nossa libertação./ 
Intocável é a nossa Casa/Nossos filhos cresceram, morreram e renasceram. /Tornaram a morrer/ Nossos filhos indígenas/Quase estão cegos pelo que aconteceu naquele dia/Muitos não reconhecem mais a sua mãe/Até as costas lhe deram/Pouco restou das cerimônias/Somente a dança com fé./ E não reconhecem mais a filha do pajé/ 
Lembra-te das cerimônias sagradas/Quando banhávamos nus?/E que nossos corpos penetravam as profundezas do Planeta Terra?/Mergulhávamos e trazíamos /Dezenas de crianças/Filhas Dela! / 
Mas meu amor/Dá--me tuas fortes mãos/Leva-me em tuas grandes asas sagradas/E dá-me força e poder/Porque o implacável Criador/Manda-me voltar séculos e séculos/E a ele levar a sagrada Raiz da Lagoa Akujutibiró./ 
A sagrada Raiz?/ Está coberta de lama endurecida 
Pelo peso da opressão dos séculos/E minhas mãos indígenas de mulher/Ainda estão frágeis e sangram/E se ferem nos espinhos dos pântanos!/ 
Tento me esconder na barriga da Mãe-Terra/E esquecer nossos filhos/Mas vejo Nhendiru chorar/ Vejo nossos filhos sofrerem/Então... O espírito do mar/ Uma grande névoa azulada/Envolve-me, seduz-me, encanta-me/E levanta-me na chama guerreira/E faz-me falar, cantar e gritar.../ 
Até que um dia/Os nossos filhos mortos, nascidos, e renascidos 
Possam relembrar do olhar, docemente, /Da luz envolvente/E da tinta de jenipapo/ Cravada pelo Grande Espírito em nossa cara.



(Texto de Eliane Potiguara em  “METADE CARA, METADE MÁSCARA”, Global Editora, Visões Indígenas editadas por Daniel Munduruku).