terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Procurando um grande amor, viajei...

Procurando um grande amor, viajei...
nesse meu Brasil inteiro
juro que não encontrei
o amor maravilhoso que sonhei

tem que ser um amor brejeiro
feiticeiro carinhoso
que satisfaça o meu ego
que seja impetuoso
que faça ferver o meu sangue
só o amor me satisfaz
que me leve a loucura e me dê
um algo mais
tem que ser brasileiro
bonito brejeiro
tem que ser brasileiro
nortista brejeiro

(Dona Onete)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Não quero que me tenhas...

Não quero me tenhas
Nem eu a ti.
Te quero livre
a mim também.
Furte o brilho do sol
eu, o frescor da lua.
Leve sorriso ao vento
Eu, pernas na rua.
Serás manhãs,
eu, entardecer.
Livres,
Seremos maçãs
no pecado de viver.

Sergio Vaz

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Totalmente minha... nunca tua!


Eu fui feita pra ser livre... ou simplesmente minha
totalmente minha...
Nada me prende, tudo é inconstante nos meus pensamentos
Uma hora eu quero outra hora não...
Mas, meio-termo não existe, ou é ou não é.
viver é uma grande aventura
Tenho um temperamento quente, mas posso ser calma como uma brisa suave no fim da tarde.
Gosto de paixões avassaladoras, aventuras, beijos e afagos
Arrepios que vem da cabeça aos pés
sussurros no ouvido, puxões, tapas, beijos e amassos
Gosto da chuva, do vento, das tempestades...
Gosto de poesias, literaturas, blues e filosofias
Gosto do errado, mas ando pelo certo
O proibido é o ápice do meu prazer
Mas a liberdade...ah essa é meu melhor amante, o melhor tesão, o meu melhor sexo
Meu melhor domínio...

(Camille Miranda)



terça-feira, 18 de setembro de 2012

"Só se sabe o que é bom quando conhece o ruim"


A vida é cheio de ciclos nada é constante tudo é inconstante. Tudo muda, mas entendo que a mudança é fundamental para o amadurecimento, para o amor próprio. Errar faz parte do crescimento, faz parte do aprendizado, faz parte da vida.

 Meu coração sangra por dentro, meu coração pede socorro, precisa de ajuda, não aguenta mais sofrer em silêncio, não aguenta mais ser compreensivo, ele cansou de dar sem receber, ele precisa de paz, ele precisa ser compreendido, ser cuidado e amado. Ele tá cansado de tantas falsas promessas de ilusões e mentiras, ele precisa se liberta, ele necessita, ele pede, implora. Ele já não se contenta com pouco, não mais...

Ele necessita ser correspondido, não aguenta mais sofrer, precisa de paz e por ele vou mudar, por ele por amor a ele vou amadurecer e me afastar de tudo que me faz mal, de tudo que me traz magoa e aflição. Arrumar a casa interior joga no lixo tudo que já não faz sentido e viver um novo ciclo na minha vida, ele merece por tudo que ele aguentou calado, em silêncio, por ser compreensivo e por ter dado sem receber.

Nada que um dia após o outro...



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Iara- aquela que mora na água



Também conhecida como a “mãe das águas”, Iara é uma personagem do folclore brasileiro. De acordo com a lenda, de origem indígena, Iara é uma sereia (corpo de mulher da cintura para cima e de peixe da cintura para baixo) morena de cabelos negros e olhos castanhos.
A lenda conta que a linda sereia fica nos rios do norte do país, onde costuma viver. Nas pedras das encostas, costuma atrair os homens com seu belo e irresistível canto. As vítimas costumam seguir Iara até o fundo dos rios, local de onde nunca mais voltam. Os poucos que conseguem voltar acabam ficando loucos em função dos encantamentos da sereia. Neste caso, conta a lenda, somente um ritual realizado por um pajé (chefe religioso indígena, curandeiro) pode livrar o homem do feitiço.

Contam os índios da região amazônica que Iara era uma excelente índia guerreira. Os irmãos tinham ciúmes dela, pois o pai a elogiava muito. Certo dia, os irmãos resolveram matar Iara. Porém, ela ouviu o plano e resolveu matar os irmãos, como forma de defesa. Após ter feito isso, Iara fugiu para as matas. Porém, o pai a perseguiu e conseguiu capturá-la. Como punição, Iara foi jogada no rio Solimões (região amazônica). Os peixes que ali estavam a salvaram e, como era noite de lua cheia, ela foi transformada numa linda sereia.


terça-feira, 26 de junho de 2012

A chuva...


Segunda-feira,
A chuva caindo e pensamentos suscitando
Momento de reflexão, paralisação...
A chuva caindo eu a observando
Uma lágrima começa a cair
Levanto-me e pego um cigarro
Eu o acendo
Uma tragada
A fumaça em direção aos meus pensamentos
Chuva caindo, lágrimas caindo...
Ela tá forte, o choro é forte.
O céu chorando
Eu chorando
E a nostalgia me consumindo
Pensamentos me consumindo
Desejos, liberdade, vontades...
E chuva cada vez mais forte
Levanto-me da cadeira
Olho céu chorando sem fim
Decido me molhar
Sentir a lagrima da chuva
Banho de chuva
Choramos juntas
Sinto suas lagrimas cair no meu rosto
Sinto que ela é forte
Ela para de chorar
Vejo uma nuvem branca e a lua nascendo
Pensamentos nascendo
O amor renascendo
Era uma fase
Mudança da lua cheia
Para a lua nova
Para vida nova...

(Camille    C. Miranda)


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Do livro do Desassossego



"Assim como lavamos o corpo deveríamos lavar o destino, mudar de vida como mudamos de
roupa - não para salvar a vida, como comemos e dormimos, mas por aquele respeito alheio
por nós mesmos, a que propriamente chamamos asseio.
Há muitos em quem o desasseio não é uma disposição da vontade, mas um encolher de
ombros da inteligência. E há muitos em quem o apagado e o mesmo da vida não é uma forma
de a quererem, ou uma natural conformação com o não tê-la querido, mas um apagamento da
inteligência de si mesmos, uma ironia automática do conhecimento.
Há porcos que repugnam a sua própria porcaria, mas se não afastam dela, por aquele mesmo
extremo de um sentimento , pelo qual o apavorado se não afasta do perigo. Há porcos de
destino, como eu, que se não afastam da banalidade quotidiana por essa mesma atracção da
própria impotência. São aves fascinadas pela ausência de serpente; moscas que pairam nos
troncos sem ver nada, até chegarem ao alcance viscoso da língua do camaleão.
Assim passeio lentamente a minha inconsciência consciente, no meu tronco de árvore do
usual. Assim passei o meu destino que anda, pois eu não ando; o meu tempo que segue, pois eu
não sigo."

(- Bernado Soares : Heterônimo de Fernando Pessoa)

terça-feira, 12 de junho de 2012

Pesquisa, projetos, sonhos e um único foco...




Tudo que eu faço nessa vida eu faço com muito amor e muita determinação. Não gosto das coisas pela metade, se for pra ser assim deixo de lado.  Tenho descendência indígena como qualquer brasileiro, mas, também tenho o meu lado preto, nordestino e caboclo. Não rotulo raça, sou de todas as raças.

Pois bem, culturas em gerais foi sempre um fascínio que me instigava. Nunca fui de ver muita televisão é  algo muito raro, mas sempre quando posso assisto à Tv Cultura, gosto dessa emissora, os documentários que ela passa são incríveis. E foi nessa emissora que em 2007 assistir um documentário indígena, já tinha um grande estima pelas lendas indígenas por causa do programa Catalendas, mas esse documentário foi que despertou um interesse profundo. Era um documentário sobre o Xingu e os povos que nele habitam. Falavam das suas crenças, danças, rituais e lendas. Um documentário maravilhoso que fez despertar em mim uma admiração indescritível.

Desde daquele ano até hoje a minha admiração e euforia cresce a cada dia.  Entrei no curso de letras com o propósito de querer trabalhar com literatura amazônica com ênfase em narrativas orais indígenas, mas por consequência do destino e por um presente de Deus fui me apaixonando pela linguística e me aproximando cada vez mais do meu sonho. Tive a oportunidade de ser aluna de uma professora incrível que não desistiu de mim enquanto eu estava em dúvida se era isso mesmo que eu queria para minha vida. Ela é uma pessoa muito especial que me ensinou o caminho da pesquisa e agradeço muito a ela por eu está onde eu estou. Ela me apresentou a uma outra pessoa que de fato é uma verdadeira mãe. Sou bastante grata a essas duas pessoas. Hoje eu trabalho em um lugar que de fato é referencia em pesquisas em culturas e línguas indígenas, lá eu conheci os kayapós, os ajudei na edição dos seus vídeos foi à experiência mais incrível que eu tive, eles são fortes, guerreiros, e trazem consigo uma vibração inexplicável. Também tive contatos com os índios tembés e parakatejes e kyikatejês , foi também uma das experiências mais incríveis que eu tive. Dancei e me pintei de jenipapo, me senti uma índia de verdade.

Enfim, admiro e respeito muito à cultura indígena. Suas raízes, tradições e costumes. Amo a minha pesquisa, meu trabalho, meu foco. Quero ter a experiência de ir um dia ir para uma aldeia e passar um tempo indeterminado por lá.  Tenho certeza que esse sonho vai se concretizar logo, logo. Espero que o Rio+ 20 possa de alguma forma ajudar os povos indígenas brasileiros que esses índios possam de fato mostrar ao branco como se faz um planeta sustentável e melhor.

A força que vem do Norte
A força do meu país
Guerreiros, verdadeiros filhos do meu Brasil.
Verdadeiros filhos da Natureza
Vem ensinar ao branco a respeitar o planeta
A respeitar a terras de vocês
Sem projetos ignóbeis governo Federal
Respeitem os verdadeiros donos dessa terra
Chega de genocídios de línguas e culturas
Chega de genocídios de indígenas
Não se iludem não se corrompem, por coisas supérfluas
Acreditem a Amazônia vale muito mais do que qualquer presente.
Não vendem suas terras, não percam suas identidades, suas raízes e costumes.
Preservem o que vocês têm de mais bonito,
A cultura indígena precisa viver!!!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Eu lírico do meu domingo...




Meu domingo
Minha solidão
Meu descanso
Minha paz...
Domingo
Do céu brilhante
Domingo da cor do mar
Domingo de Iemanjá...


O céu de Belém estava radiante hoje...

quinta-feira, 8 de março de 2012

Maria, Maria...


Maria, Maria
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta
Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que rí
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida....
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria...
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida....

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eu em Clarice Lispector...

Retirei esse pequeno trecho do livro "Perto do Coração Selvagem" publicado pela editora Rocco, ano de 1998.


“Eis-me de volta ao corpo. Voltar ao meu corpo. Quando me surpreendo ao fundo do espelho assusto-me. Mal posso acreditar que tenho limites, que sou recortada e definida. Sinto-me espalhada no ar, pensando dentro das criaturas, vivendo nas coisas além de mim mesmas. Quando me surpreendo ao espelho não me assusto porque me ache feia ou bonita. É que me descubro de outra qualidade. Depois de não me ver há muito quase esqueço que sou humana, esqueço meu passado e sou com a mesma libertação de fim e de consciência quanto uma coisa apenas viva. Também me surpreende, os olhos abertos para o espelho pálido, de que haja tanta coisa em mim além do conhecido, tanta coisa sempre silenciosa. Por que calada? Essas curvas sob a blusa vivem impunemente? Por que caladas?  Minha boca, meio infantil, tão certa de seu destino, continua igual a si mesma apesar de minha distração total. Às vezes, à minha descoberta, segue-se o amor por mim mesma, um olhar constante ao espelho, um sorriso de compreensão para os que me fitam. Período de interrogação ao meu corpo, de gula, de sono, de amplos passeios ao ar livre. Até que uma frase, um olhar – como o espelho – relembram-me surpresa outros segredos, os que e tornam ilimitada. Fascinada mergulho o corpo no fundo do poço, calo todas as suas fontes e sonâmbula sigo por outro caminho. – Analisar instante por instante, perceber o núcleo de cada coisa feita de tempo ou de espaço. Possuir cada momento, ligar a consciência a eles, como pequenos filamentos quase imperceptíveis mas fortes. É a vida? Mesmo assim ela me escaparia. Outro modo de captá-la seria viver. Mas o sonho é mais completo que a realidade, esta me afoga na inconsciência”.

Clarice no meu eu mais profundo, faço desse trecho o que eu estou sentindo nesse momento.

Abraços.