segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Frase do dia.

"Viva, ame, pense, erre, caia, levante. E depois do erro corra atrás de refazer o seu acerto"
                                                                                                                             

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Adeus.


Benedito Nunes.
"A poesia deve ter também um certo empenho metafísico...Lutando pelo homem mas também exprimindo a sua situação no universo. Nós estamos sofrendo mal do relativismo, do qual não nos livramos e não sabemos como é que vamos nos livrar. Por exemplo: tudo pode ser interpretado. Até a má poesia pode traduzir um certo estado da sociedade"

Meu coração se enche de tristeza ao falar da morte do grande escritor e filósofo paraense Benedito Nunes. Eu que tive o prazer de apreciar o seu lindo trabalho em uma palestra na Universidade Federal do Pará (UFPA), dedico a minha homenagem a esse grande homem da filosofia e da literatura.
É a morte faz parte da vida, mas os seus ensinamentos ficaram eternos àqueles que tiveram a sorte de conhecer o brilhantismo de Benedito Nunes que nos deixa aos seus 81 anos. Que Deus lhe der o mais lindo lugar do céu.
Segue abaixo a notícia sobre à sua morte:


Uma boa noite a todos.

O medo e risco da realização de um sonho educacional.

Lendo Medo e Ousadia do grande educador Paulo Freire com co-autoria com Ira Shor, que também é um grande crítico dos rumos da educação nos Estados Unidos. Repasso a vocês um pequeno fragmento sobre os temores que os educadores têm em querer uma educação mais libertadora que é retratado no capítulo dois do livro.
Paulo Freire.
“Falar sobre o medo é algo muito concreto. Isto é, o “medo” não é uma abstração. Em segundo lugar, creio que devemos saber que estamos falando sobre algo muito normal. Outro ponto de que me vem à mente neste momento, ao tentar abordar a questão, é que quando pensamos no medo, nessas situações, somos levados a refletir sobre a necessidade que temos de ser muito claro a respeito de nossas opções, o que, por sua vez exige certos tipos de procedimentos e práticas concretas, que, por sua vez, são as próprias experiências que provocam o medo. ” (Freire & Shor, 1986)
Para Freire, à medida que o educador tem mais clareza a respeito dos sonhos políticos e pedagógicos, o educador entende as razões pelas quais ele tem medo. Então sentir medo é normal, pois se sentimos medo é porque há uma manifestação de que estamos vivos, não tendo que esconder os temores. Mas o que eu não posso permitir é que o meu medo seja injustiçado, e que me mobilize. Se estou seguro do meu sonho, então uma das condições para continuar a ter esse sonho é não me mobilizar enquanto caminho para sua realização. Concordando com Freire, devemos ter a plena certeza que o medo é algo que vem dos sonhos seja ele político, ideológico, ou sentimental. É um sonho que você tem sobre a sociedade que você que fazer ou desfazer. Negar o medo é negar o sonho. Torna concreto o sonho é obrigar você a fazer experiências arriscadas, mas se você não passa por essas experiências, então não permite que seu sonho se torne real. Porque para o educador, quanto mais você reconhece que seu medo é a decorrência de pôr em pratica o seu sonho, mais você aprende.
A medida e a compreensão do medo e algo que não me diminui, mas que faz reconhecer que sou um ser humano, um ser humano que tem temores e receio a fazer algo que possa me prejudicar e me colocar em risco em varias circunstância. Então temos que limitar o nosso medo. Mas limitar o medo não é permitir que o medo possa me impedir de fazer “aquilo”. Então você reconhecendo o medo, você vai entendê-lo criticamente. Reconhecer o medo limita sua ação e permite que você chegue a uma posição muito crítica sobre a sociedade em que você vive.

Fonte:
Freire, Paulo e Shor, Ira. Quais os temores e os ricos da transformação? In: Freire, P. e Shor I, Medo e Ousadia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986, pp.67-93.



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Quase: Luís Fernando Veríssimo.


Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Grande, Grande, Grande... Magister.


Hoje se estivesse vivo o Grande compositor e pianista Waldemar Henrique estaria completando 106 anos.  Waldemar Henrique passou sua infância na cidade de Porto, Portugal. Voltou-se para a música quando retornou ao Brasil. Em Belém em 1918 estudou solfejo e piano.  Filho de um descendente de Portugueses e uma índia. Viajou pelos interiores da Amazônia aonde teve contato com as lendas e cultura da Amazônia, que seriam mais tarde traço de sua obra musical. Estudou teoria musical e tornou-se maestro. Fez do Teatro da Paz sua morada e suas composições um verdadeiro fascínio da poesia.  Segue abaixo uma linda composição do grande Magister da Amazônia.

Tamba-Tajá, me faz feliz
Que meu amor me queira bem
Que meu amor seja só meu, de mais ninguém
Que seja meu, todinho meu, de mais ninguém

Tamba-Tajá me faz feliz
Assim o índio carregou
Sua macuxi
Para o roçado, para a guerra, para a morte
Assim carregue o nosso amor à boa sorte

Tamba-Tajá...
Que ninguém mais possa beijar o que beijei
Que ninguém mais escute aquilo que escutei
Nem possa olhar dentro dos olhos que olhei
Tamba-Tajá...

Tamba-Tajá é uma lenda Amazônica sobre o amor de dois índios de tribos inimigas.
Existia, certa vez, um casal de índios tão apaixonados como nunca houvera naquela região. Uiná, belo e corajoso guerreiro da tribo Taulipang e Acami, linda cunhã da tribo Macuxi. Acontece que as duas tribos eram inimigas, o que tornava o amor impossível. Entretanto, os jovens índios enfrentaram os costumes porque seu amor era muito maior que preconceitos.
Praticamente expulsos de suas tribos, foram morar do outro lado do rio Tucutu, onde viviam uns parentes do índio. E nunca se separavam: se ele ia pescar, ela ia também; se ela ia banhar-se, ele ia também, se ele ia para a roça ou caçar, ela ia também. Mas a felicidade do casal não iria durar muito. Acami ficou grávida e seu filho nasceu morto. Ficou tão fraca que não conseguia caminhar direito, até o dia em que não conseguia mexer as pernas. Uiná então recolheu talos de palmeiras e gravetos e fez uma espécie de maca. Todo o dia amarrava Acami à maca e a carregava em suas costas onde quer que fosse.
Certo dia saíram pelo campo e não voltaram. Alguns foram à procura do casal e, só depois de muitos dias, encontraram: o arco, as flechas e o perequeté (sandália usada pelos índios para andar nas matas) do índio: a tanga, os brincos e as pulseiras da índia. Entretanto, também ao redor desses pertences, encontraram moitas de um verde brilhante que jamais haviam visto. Do corpo da índia e do companheiro, teria nascido aquela planta. Era o Tambatajá. Suas folhas eram duplas, em cima, a folha maior, representando Uiná e sob ela, uma folha menor, no formato de um órgão sexual feminino, representando Acami.
Foi assim que nasceu o Tambatajá. A população amazônica ribeirinha acredita que a planta age como um amuleto do amor. O Tamabatajá é o real, é o concreto dessa lenda do amor impossível de ser superado quer na vida ou na morte. Um amor que,  como a planta Tambatajá, é mortal, mas, ao mesmo tempo, é imortal porque continua renascendo.

Uiná e Acami não morrem. Transfiguram-se ao renunciarem à vida para gerar o Tambatajá, planta que nasce e renasce em sucessivos rebrotar. A representação do amor pelo Tambatajá não é de uma figura isolada de homem, ou de mulher, mas a reunião do casal numa unidade.
Mais do que o amor rebelde de Romeu e Julieta separados pela morte, os amantes indígenas dessa lenda amazônica encarnam um amor que vence a morte.

Uiná e Acami não morreram vivem para sempre encantados no Tambatajá.

FONTES:
Livro - "Cultura Amazônica " – de João de Jesus Paes Loureiro; e
alguns sites.

Dalcídio Jurandir...



Primeiro foi o silêncio
Um Relógio desfiando
Os minutos enormes,
Os minutos sagrados
De iniciação para o ímpeto.
Depois o silêncio parou.
Ficou um minuto suspenso
Na ponta das horas como um êxtase

De súbito, triunfalmente,
Te dobrei a cabeça morena,
Esmaguei a tua boca
Com um grande beijo.
Um grande beijo bárbaro e infinito

Quanto tempo durou
Aquele minuto de êxtase
Que foi toda a eternidade?
Aquele silêncio que a violência
do beijo transformou em música?

Os sentidos num
Deslumbramento
Ficaram vibrando como tocados
Por um relâmpago criador.
E fiquei em febre te olhando
Como um Deus selvagem
Olhando-te, violada e vencida
Como uma terra conquistada

(Dalcídio Jurandir)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pensamentos de Sócrates...

" A sabedoria determina em cada caso a boa sorte dos homens, pois ao possuir sabedoria ninguém pode enganar-se sendo que necessariamente faz bem e tem bom êxito; caso contrário, não seria sabedoria. Quando há sabedoria, quem a possui não necessita da sorte. No uso da riqueza, da saúde, da beleza, quem guia e encaminha a ação do seu justo emprego: a ciência ou outra coisa? Então a ciência prepara para os homens, em toda posse e ação, não só a boa sorte, mas também o agir bem"

"Digo que me encontro no conhecimento de uma única ciência: A do amor"

" Cada homem é um caso, mas há em cada ser humano um Deus, o qual se tu quiseres, ordenará, em cosmo e em felicidade, o teu caos doloroso"

" O que importa não é viver, mas viver bem e, por isso, torta-se culpado de injustiça, é pior do que a morte"

Eu...

Sou louco e tenho por memórias
Uma longínqua e infiel lembranças
De qualquer dita transitória
Que sonhei ter quando criança

Depois, malograda trajetória
Do meu destino sem esperança,
Perdi, na névoa da noite inglória,
O Saber e o ousar da aliança.

Só guardo como um anel pobre
Que a todo o herdado só faz rico
Um friu perdido que me cobre

Como um céu dossel de mendigo,
Na curva inútil em que fico
Da estrada certa que não sigo.
                                                                                                          (Fernando Pessoa)


O Grande Brilhantismo do ilustre poeta Fernando Pessoa.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Luz dos olhos...



Uma música linda para alegrar a minha sexta...


Luz dos olhos
Nando Reis

Ponho os meus olhos em você
Se você está
Dona dos meus olhos é você
Avião no ar
Um dia pra esses olhos sem te ver
É como um chão no mar
Liga o rádio à pilha, a TV
Só pra você escutar
A nova música que eu fiz agora
Lá fora a rua vazia chora ?

Pois meus olhos vidram ao te ver
São dois fãs, e um par
Pus nos olhos vidros para poder
Melhor te enxergar
Luz dos olhos para anoitecer
É só você se afastar
Pinta os lábios para escrever
A sua boca em minha?
Que a nossa música eu fiz agora
Lá fora a rua irradia a glória
Eu te chamo, eu te peço: Vem!
Diga que você me quer
Porque eu te quero também

Passo as tardes pensando
Faço as pazes tentando

Te telefonar

Cartazes te procurando
Aeronave segue  pousando
Sem você desembarcar
Pra eu te dar a mão nessa hora
Levar as malas pro fusca lá fora
E eu vou guiando
Eu te espero, Vem?
Siga onde vão os meus pés
Porque eu te sigo também.
Eu te Amo!
E eu berro: Vem!
Grita que você me quer
Que eu grito também
Hei! Hei!?

(Eu gosto dela
E ela gosta de mim
Eu penso nela
Será que isso não vai ter fim?)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Frase do Dia.

O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença.


(Luís Fernando Veríssimo) .

Tudo isso é saber viver...

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!

Charles Chaplin

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Clarice Lispector

Segue abaixo dois fragmentos lindos de minha escritora preferida (Clarice Lispector). Vou compartilhá-los com vocês queridos leitores.

A POSTERIDADE NOS JULGARÁ

Quando for descoberto o remédio preventivo contra gripe, as gerações futuras nunca mais poderão nos entender. Gripe é uma das tristezas orgânicas mais irrecuperáveis, enquanto dura. Ter gripe é ficar sabendo de muitas coisas que, se não fossem sabidas, nunca precisaram ter sido sabidas. É a experiência da catástrofe inútil, de uma catástrofe sem tragédia. É um lamento covarde que só outro gripado compreende. Como poderão os futuros homens entender que ter gripe nos era uma condição humana? Somos seres gripados, futuramente sujeitos a um julgamento severo ou irônico. ( Texto retirado do livro A Dercoberta do Mundo da escritora Clarice Lispector p.314)


PERDOANDO DEUS

... Mas quem sabe, foi porque o mundo também é rato, e eu tinha pensado que já estava pronta para o rato também. Porque eu imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um calculo matemático errado: pensava que somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, só por ter carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda.( Fragmento tirado do texto Perdoando Deus, no livro A Descoberta do Mundo, da escriora Clarice Lipsctor p.313)