quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Xamanismo- Pajelança



Pajé Sapaim, O Mensageiro do Tempo, programa exibido pela TV Cultura em 07.Fev.2010, na série de documentários Janela Brasil.


Estado de Sabedoria total, Grande Xamã !


no nirvana do pajé  , transmutado feito bicho
se transforma em animal

de escamas , de penas , da pele , de couro
alucinam tua mente
em transe dormente em um lúdico vôo
paranormal possuído

em mundos estranhos lugares ocultos
loucos absurdos , que teus sonhos te levam
canta a tua reza
pajé . . .

ao som o tambor o fumo é tragado
as ervas transportam às visões
no sopro , o
rapé , o pó é inalado
para evocar os espíritos
na cuia a
ayahuasca  transpassa os portais do cosmo
no transe , o
sacaca xamânico
canta tua reza
pajé !

canta , dança !
na cura , o mago , o bruxo ,
xamã
canta , dança ! na reza evoca
tupã
canta , dança !
na cura , o mago , o bruxo ,
xamã
na reza evoca o grande tupã

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Espaço curvo e finito

Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças e ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe, um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.

(José Saramago)

                                         

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Funk Filosófico !

Esses caras do comédia, são demais !


                                                     

Esse video, é o meu preferido.

Gaiola Das Cabeçudas

Comédia MTV

A de Aleijadinho
B de Beethoven
C de Camões
D de Dostoiévski
E de Einstein
F de Foucault
G de Godard
H de Hemerto Pascoal
I de Ionesco , é teatral
J de Jung
K de Karl Marx
L é Lord Byron
M Machado de Assis
N de Nietzsche
O de Olavo Bilac
P Platão
QI coificiente dos irmãos
R de Rousseau
S Saramago
T de Tiradente tem para ele feriado
U de Ulisses
W de Weber
Y é o cromossomo que não tem na mulher
X de Xuxa
Z de Zaratrusta
O V não esqueci , Toca um Vilvadi ai !
Toca o Vivaldi

É o Goethe,
É o Goethe,
É o Goethe
Daquele jeito

Li tudo do Leon Tolstoi
Li tudo do Leon Tolstoi

Surra de Schubert
Surra de Schubert

Eu vou pro MAM ver a Tarsila
Agora escrevo Orelha e ninguem vai me segurar
Qual a difença entre o Lutero e kant?
Um é Iluminista e o outro Protestante
Stanislavski compõe o personagem
Brechet quebra a parede com a plateia interage

Penso Logo Existo,
Penso Logo Existo
Descartes quem disse isso
Mona Lisa !
É nois
Tipo Gioconda,
Tipo Gioconda !

Nessa dança tem que ter uma invenção,
Nessa dança tem que ter notoriedade
Pergunta numero um :
Quem escreveu 1984?
George Owell ! George Owell ! George Owell !
Pergunta numero dois :
Quem é o cineasta espanhol amigo Salvador Dali?
Buñuel ! Buñuel ! Buñuel !
Buñuel ! Buñuel !Buñuel !
Pergunta numero três :
Quem é o autor do livro "o Principe" ?
Maquiavel ! Maquiavel ! Maquiavel !
Maquiavel ! Maquiavel ! Maquiavel !
Pergunta numero quatro :
Qual o prêmio mais importante do mundo ?
Nobel ! Nobel ! Nobel !
Nobel ! Nobel ! Nobel !
Prêmio Nobel!
Agora quero ver pra terminar , quem vai saber ?
A pergunta numero cinco : Quem foi que inventou o telefone ?
Graham Bell ! Graham Bell ! Graham Bell ! Graham Bell !
Graham Bell ! Graham Bell ! Graham Bell ! Graham Bell !
Alô ?
Português heroi , navegante e o Cabral !
Para tudo ! É terra vista !
O bonde segue sua Nau!
segue sua Nau!
O bonde segue sua Nau !
segue sua Nau!
O bonde geral na Nau!
Geral na Nau ! segue geral na Nau !
Geral na Nau ! Geral !!
Segue geral na Nau !
Segue sua Nau!

A Linguagem...

O autor Cassirer aborda que a linguagem e mito são parentes próximos, e que são dois brotos diferentes da mesma e única raiz. Ele faz um comento sobre o filosofo F.Max Müller. O Filosofo aventou uma teoria curiosa, pela qual o mito era explicado como um simples produto secundário da linguagem. Considerava o mito como uma espécie de enfermidade da mente humana, cujas causas deviam ser buscadas na faculdade da fala. Por sua própria natureza a linguagem é metafórica, incapaz de descrever diretamente as coisas, recorre a modos indiretos de descrição, a termos ambíguos e equivocados; segundo Mülher, o mito deve sua origem e nela sempre encontrou seu alimento espiritual. Que através da linguagem, converte-se em uma Ciência da linguagem. Isto explicar porque o mito é uma moléstia da linguagem e do pensamento. Entretanto Cassirer mostra que encarar uma atividade humana com uma simples monstruosidade, como uma espécie de moléstia mental, dificilmente será aceito como uma adequada interpretação. O autor pondera que não precisamos de teorias estranhas e forçadas de tal ordem para verificar que na mente primitiva, mito e linguagem figuram como “irmãos gêmeos”, ambos se baseiam numa experiência muito geral e primitiva da humanidade, de natureza, mais social que física. Para mente primitiva, o poder social da palavra, experimentado em casos inumeráveis, converte-se em força natural e até sobrenatural. Para o homem o mundo não é uma coisa morta ou muda; pode ouvir e compreender. O homem eclipsou-se em uma função mágica da palavra, substituindo a função semântica. Cassirer argumentar que a palavra é dotada de poderes misteriosos e não tem uma natureza física ou sobrenatural de imediato e que seu traço decisivo está no lógico, pois logicamente a palavra é alcançada a um nível mais elevado e superior. O logos se transformar no princípio do conhecimento humano. O autor faz citações de Heráclito sobre o princípio da mudança, de Parmênides sobre o ser e o pensamento, que não podemos separar por serem a mesma coisa. Ele aborda sobre a teoria da onomatopéia. Dizendo como Platão, que toda a linguagem se origina da imitação dos sons. Cassirer cita que Platão dizia que a teoria sofística do conhecimento não podia pretender personalidade, pois passava em um corolário da doutrina de Heráclito. Todavia existia uma diferença inextirpável entre Heráclito e os sofista, primeiro porque Heráclito a palavra logos era o princípio metafísico universal, possuía verdade indubitável. E os sofistas não admitiam a “palavra divina”, eles não se ocupavam dos problemas num sentido teórico. Uma teoria da linguagem tem outras tarefas, mais urgentes, a realizar. Até o século XVIII ainda  aparece, quase na mesma forma, em pensadores como Vico e Rousseau. Do ponto de vista científico é fácil compreender as grandes vantagens da tese interjecional, na qual, ao que parece que a linguagem não se restringe à esfera humana, e sim implantada em toda natureza das criaturas vivas.  


CASSIRER, Ernst. A Linguagem. In: Ernst Cassirer. Antropologia filosófica. São Paulo, Mestre Jou, Cap.1 e 2, p.175-203.




quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Poema à boca fechada .

Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.
                  (José Saramago)


Meu idolatrado e grande escritor.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ah! Ilustre sentimento...


O sentimento da poesia, é algo esplêndido, há nela um sentimento de bondade, múltiplo e verdadeiro. Leva-nos pra um mundo encantado dos sonhos e transcende qualquer tipo de entendimento. Com ela, os pássaros, as flores, o sol são grandes poetas, que nos ensina a viver a vida de uma forma incrível. Ela penetra em nossa alma, nos faz pensar no mundo, no amor, na alegria, na pureza da vida, ela me faz viver, porque poesia é vida. O abstracionismo dos poetas me encanta e fascina, é algo extraordinário, faz suscitar tudo que é de mais belo no mundo, é um amor que transcende à alma deixa-me maravilhada.

Eu amo a poesia, ela é algo que deixa meu coração em paz, é um sentimento lindo e promissor, com ela sinto o meu coração em serenidade, ela é penetrante, incoercível, e inefável.


“Grande é a poesia, a bondade e a dança
Mas o melhor do mundo, são as crianças, flores, música, e o luar, e o sol
Que peca, só quando em vez de criar; seca.”
                                                                                                                 
                                                                                                               (Fernando Pessoa)

Atributo da Sabedoria:


Há nela um espírito inteligente e santo, único, múltiplo, sutil, ágil, perspicaz, sem manchas, límpido, invulnerável, amante do bem, penetrante, incoercível, benfazejo, humanitário, constante, seguro, sem inquietações, que tudo pode, que tudo supervisiona, e penetra todos os espíritos, os inteligentes, os puros, os mais sutis. Pois a sabedoria é mais móvel do que qualquer movimento, atravessa e penetra tudo por causa da sua pureza. É um sopro de poder de Deus, emanação pura da glória do Todo-poderoso; por isso, nada de impuro pode insinuar-se nela. É um reflexo da luz eterna, espelho sem mancha da atividade de Deus e imagem de sua bondade. Embora sendo uma só, tudo pode; permanecendo imutável, tudo renova. E, entrando nas almas santas, através das gerações, formas os amigos de Deus e os profetas; pois Deus ama somente a quem convive com a sabedoria. Ela é de fato mais bela que o sol e supera todas as constelações. Comparada à luz, ela tem primazia, pois a luz cede lugar à noite, mas sobre a sabedoria não prevalece o mal.

(Retirado do livro da Sabedoria, da bíblia).

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Magistri apresenta : Boca do Inferno...Ilustre Gregório !

Gregório de Matos Guerra é umas das figuras mais importantes que já existiu neste país e de longe o mais importante escritor do barroco brasileiro. Nascido em Salvador teve educação religiosa jesuíta, filho de família abastada, foi para Portugal onde estudou direito. Foi poeta popular e irreverente que possuía comportamentos indecorosos, que agredia a “moral” da sociedade em sua época. Apelidado de boca do inferno, por causa de sua ousadia em falar e criticar a igreja católica, a política e a sociedade, muitas vezes ofendendo os seus conterrâneos. Gregório chegou a ser preso e exilado, devido os seus desagrados ao governo, na época. A sua obra poética é bem ampla e diversificada, de inspiração variada. Podemos observar o poema a baixo, os descaminhos do Brasil Colonial. A forma sarcástica que Gregório expõe à sociedade da Bahia nos tempos primitivos da acumulação do capital na colônia lusitana.


Que falta nessa cidade? Verdade
Que mais por sua desonra? Honra
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha
O Demo a viver se exponha
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
                                                 (Gregório de Matos, “Epílogo”).


Salvador faltava verdade, honra, vergonha; sobrava negocio, ambição, usura, era o tempo de acumulação de capital na colônia. Esses anos de mercantilismo tropical encontrariam em Gregório de Matos, o seu poeta cronista, ele nos descreve, com uma rara ironia as contradições do antigo regime. Nada fugia ao senso critico do escritor, todos da sociedade eram zombados pelo ilustre poeta baiano. Leiamos o poema abaixo:

Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.

A ti trocou-te a maquina mercante
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.

Desde em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz brichotes

Oh se quisera Deus que de repente
Um dia amanhecerás tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!

O “triste estado” denunciado por Gregório é o papel que coube à Bahia na antiga ordem colonial: fornecer matéria-prima de ótima qualidade em troca de meras especiarias sem muito valor. O eu-lirico a olhar à Bahia fica desolado ao se dar conta das transformações sofridas por ele e, principalmente pelo Estado. Sua Terra era prospera no passado, mas agora está empobrecida pelas maquinas mercantes que cruzou a barra do porto; e ele próprio também foi ludibriador pela acúmen de tanto negocio e tanto negociante como é ponderado na segunda estrofe.

Gregório e ilustre com suas crônicas e criticas. É de fato um cômico sarcástico retratando a sociedade baiana sem pudores e com muita ousadia.  

Beijos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Meu Canto de Amor Por Belém

A olhar a Baia do Guajará
Sinto a poesia de Belém me tocar...



"Bom dia, Belém,
da tristeza do meu pranto,
da alegria do meu canto,
quando o sol vem te acordar.

Bom dia, Belém,
Ver-o-Peso fervilhante,
atraindo o visitante
que vem de outro lugar.

Boa tarde, Belém,
que na sesta se agasalha,
rede é doce mortalha
pra dormir e pra sonhar.

Boa tarde, Belém,
da chuva que vem,
da brisa que tem,
que nos faz tão bem,
do sino que bate,
fazendo belém, belém.

Boa noite, Belém,
da seresta de uma festa,
da alegria que ainda resta
quando a lua faz luar.

Boa noite, Belém,
com tua simplicidade,
por aí, sem vaidade,
de histórias pra contar.

Belém, do meu bem,
das mangueiras, das morenas,
tantos sonhos, tantas penas,
do teu vento a segredar....

Bom dia, Belém,
boa tarde, Belém,
boa noite, Belém,
te quero tão bem!
Eu canto, Belém
o canto que eu fiz pra te dar.

Bom dia, Belém,
boa tarde, Belém,
boa noite, Belém,
te quero tão bem!
Eu canto, Belém
o canto que eu fiz..."
Meu canto de amor por Belém (Edyr Proença)


Parabéns, minha terra pelos seus 395 anos .

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Olhando Belém...



O sol da manha rasga o ceu da Amazonia
Eu olho Belem da janela do hotel
As aves que passam fazendo uma zona
Mostrando pra mim que a Amazonia sou eu
E tudo é muito lindo
É branco, é negro, é indio
No rio tiete mora a minha verdade
Sou caipira, sede urbana dos matos
Um caipora que nasceu na cidade
Um curupira de gravata e sapatos
Sem nome e sem dinheiro
Sou mais um brasileiro
Olhando belem enquanto uma canoa desce um rio
E o curumim assite da canoa um boing riscando o vazio
Eu posso acreditar que ainda da pra gente viver numa boa
Os rios da minha aldeia sao maiores do que os de Fernando Pessoa
( e o sol da manha rasga o ceu da Amazonia )
Olhando os meus olhos de verde e floresta
Sentindo na pele o que disse o poeta
Eu olho o futuro e pergunto pra insonia
Será que o Brasil nunca viu a Amazonia ?
E vou dormir com isso
Será que e tão difícil ?

Vital Lima (Olhando Belém)      

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Belém e seus encantos...

 Belém está completando mais um aninho, dia 12 de Janeiro. E como presente de aniversário vou começar a postar no decorrer da semana de forma bem amiúde os lindos poemas de alguns dos grandes escritores e músicos da literatura do extremo norte que é linda com seus encantos e fascínios. Espero que vocês apreciem.

E para começar, vou postar um poema feito pela autora Sylvia Helena Tocantins (escritora e membro da academia paraense de Letras). Esse poema foi musicado pelo compositor paraense Edyr Proença e recebeu a medalha “E.d Almeida Vitor” no VI concurso Nacional de Belém dos meus encantos

Belém e seus encantos
Lá vem Belém,
moreninha brasileira,
com perfume de mangueira,
vestidinha de folhagem.

E vem que vem,
ligeirinha, bem faceira,
como chuva passageira
refrescando a paisagem.


Lá vem Belém,
com suas lendas, seus encantos,
seus feitiços, seus quebrantos,
seus casos de assombração.

E vem que vem,
com seu cheirinho de mato,
com botos, cobra Norato,
com rezas, defumação.


Lá vem Belém,
recendente, feiticeira,
no seu traje de roceira,
na noite de São João.

E vem que vem,
com seus banhos de panela,
alecrim, jasmim, canela,
hortelã, manjericão.


Lá vem Belém,
a Belém dos meus encantos,
dos terreiros, Mães de Santo,
das crendices, do pajé.

E vem que vem,
com sobrados de azulejo,
vigilengas, Ver-o-Peso,
na enchente da maré.


Lá vem Belém.
No dia da Trasladação
vela acesa, pé no chão,
sempre firme em sua fé.

E vem que vem,
o povo implorando graça,
sempre que a Berlinda passa
com a Virgem de Nazaré.


Lá vem Belém,
junto de Nossa Senhora,
dia do Círio ela implora
saúde, paz e dinheiro.

E vem que vem
o povão, o povo inteiro
porque Deus é brasileiro
e Jesus nasceu em Belém.


Um grande Abraço !

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Autopsicografia


O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve.
Na dor lida sentem bem.
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão
Esse camboio de corda
Que se chama coração.


Fernando Pessoa.

domingo, 2 de janeiro de 2011

A lenda do Japim mágico

Diz a Lenda, que em certa época uma doença terrível atacou os índios, provocando a morte de muitos deles. Os índios que restaram pediram a ajuda de Tupã.
Tupã então passou a observar os índios e notou que os índios estavam tão tristes pela morte de suas famílias que não caçavam, pescavam, plantavam e nem dançavam mais. Comovido com os índios Tupã envia o seu protegido Japim, um pássaro de canto mágico, para alegrar e curar os índios.
E o Japim então pousou em cima de uma oca no centro da aldeia e cantou suas melodias mágicas. A beleza e variedade do canto entraram pelos ouvidos dos índios enchendo seus corações de alegrias, curando os doentes e afastando a tristeza.
Assim, os índios voltaram a fazer suas atividades diárias como caçar, pescar, dançar.... Tupã então chama o Japim de volta, mas os índios pedem a Tupã que deixe o Japim junto deles para alegrar suas vidas todos os dias. Tupã concorda e deixa o Japim.
O Japim cantava todos os dias e os índios estavam felizes. Assim o Japim passou a ser venerado como um santo. Era tanta a bajulação em cima do Japim que ele ficou convencido e passou a se sentir um rei. Até o ponto que já não mais cantava na aldeia, vivia pelas matas passeando e imitando os outros pássaros, mas como o seu canto era mágico ele sempre cantava melhor do que os que ele imitava.
O Japim sentia-se superior a todos os outros pássaros por ser o protegido de Tupã, por ser o seu canto o mais bonito de todos e não se misturava com os outros a não ser para desprezá-los.
Tanto fez o Japim que um dia Tupã ficou muito zangado e o castigou retirando a sua proteção e seu canto mágico, agora ele só permite que o Japim imite o canto dos outros pássaros, porém sem perfeição.
Quando as outras aves perceberam o que tinha ocorrido, passaram a rir e a atacar o Japim desmanchando seus ninhos e quebrando seus ovos, obrigando ao Japim fazer o seu ninho sempre próximo aos vespeiros e com isso sempre tomar ferroadas. E é por isso que o Japim só imita outras aves e faz seus ninhos muito próximos de colméias de vespas e abelhas.