segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Linguagem...

O autor Cassirer aborda que a linguagem e mito são parentes próximos, e que são dois brotos diferentes da mesma e única raiz. Ele faz um comento sobre o filosofo F.Max Müller. O Filosofo aventou uma teoria curiosa, pela qual o mito era explicado como um simples produto secundário da linguagem. Considerava o mito como uma espécie de enfermidade da mente humana, cujas causas deviam ser buscadas na faculdade da fala. Por sua própria natureza a linguagem é metafórica, incapaz de descrever diretamente as coisas, recorre a modos indiretos de descrição, a termos ambíguos e equivocados; segundo Mülher, o mito deve sua origem e nela sempre encontrou seu alimento espiritual. Que através da linguagem, converte-se em uma Ciência da linguagem. Isto explicar porque o mito é uma moléstia da linguagem e do pensamento. Entretanto Cassirer mostra que encarar uma atividade humana com uma simples monstruosidade, como uma espécie de moléstia mental, dificilmente será aceito como uma adequada interpretação. O autor pondera que não precisamos de teorias estranhas e forçadas de tal ordem para verificar que na mente primitiva, mito e linguagem figuram como “irmãos gêmeos”, ambos se baseiam numa experiência muito geral e primitiva da humanidade, de natureza, mais social que física. Para mente primitiva, o poder social da palavra, experimentado em casos inumeráveis, converte-se em força natural e até sobrenatural. Para o homem o mundo não é uma coisa morta ou muda; pode ouvir e compreender. O homem eclipsou-se em uma função mágica da palavra, substituindo a função semântica. Cassirer argumentar que a palavra é dotada de poderes misteriosos e não tem uma natureza física ou sobrenatural de imediato e que seu traço decisivo está no lógico, pois logicamente a palavra é alcançada a um nível mais elevado e superior. O logos se transformar no princípio do conhecimento humano. O autor faz citações de Heráclito sobre o princípio da mudança, de Parmênides sobre o ser e o pensamento, que não podemos separar por serem a mesma coisa. Ele aborda sobre a teoria da onomatopéia. Dizendo como Platão, que toda a linguagem se origina da imitação dos sons. Cassirer cita que Platão dizia que a teoria sofística do conhecimento não podia pretender personalidade, pois passava em um corolário da doutrina de Heráclito. Todavia existia uma diferença inextirpável entre Heráclito e os sofista, primeiro porque Heráclito a palavra logos era o princípio metafísico universal, possuía verdade indubitável. E os sofistas não admitiam a “palavra divina”, eles não se ocupavam dos problemas num sentido teórico. Uma teoria da linguagem tem outras tarefas, mais urgentes, a realizar. Até o século XVIII ainda  aparece, quase na mesma forma, em pensadores como Vico e Rousseau. Do ponto de vista científico é fácil compreender as grandes vantagens da tese interjecional, na qual, ao que parece que a linguagem não se restringe à esfera humana, e sim implantada em toda natureza das criaturas vivas.  


CASSIRER, Ernst. A Linguagem. In: Ernst Cassirer. Antropologia filosófica. São Paulo, Mestre Jou, Cap.1 e 2, p.175-203.




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