domingo, 17 de outubro de 2010

O Amuleto do amor : Tamba-tajá .



As lendas para mim sempre foram algo muito especial, desde pequena sempre gostei dá forma com os índios e os caboclos da Amazônia retratavam as suas crendices. Sempre fui uma verdadeira amadora das lendas e das musicas de minha região, pois são belas é retrata de forma bem original a vida dos índios e dos caboclos. Em umas dessas minhas leituras sobre as lendas, uma chamou-me atenção. A lenda do Tamba-tajá.

Essa estória de amor é muito linda e é bem interpretada na musica do grandíssimo e admirável Waldemar Henrique. Do que sou definitivamente fã.

O compositor retrata de forma simples e singela a estória de amor proibido do índio Uiná e sua amada Acami , eles passam por situações difíceis .Mas o amor e a garra de Uiná e deslumbrante como o compositor mostra nesse trecho da musica “para o roçado, para guerra ou para morte”. Esse amor nós faz lembrar a era do romantismo que podemos ver também nas obras de Iracema de Jose de Alencar, e do indianismo de Gonçalves Dias. Vejamos a estória e depois a letra da música.

Na tribo Macuxi havia um índio forte e muito inteligente, chamado Uiná. Um dia ele se apaixonou por Acamí, uma bela índia de sua aldeia. Casaram-se logo depois e viviam muito felizes, sempre juntos.
Até que um dia a índia deu a luz à um menino, mas o menino sem vida nasceu. Triste Acamí ficou muito doente, e para maior tristeza, um dia, Acamí não pôde mais andar.

Uiná, para não se separar de sua amada, teceu uma tipóia e amarrou a índia à sua costa, levando-a para todos os lugares em que andava.

Certo dia, porém, o índio sentiu que sua carga estava mais pesada que o normal e, qual não foi sua tristeza, quando desamarrou a tipóia e constatou que a sua esposa tão querida estava morta.

O índio foi à floresta e cavou um buraco à beira de um igarapé. Enterrou-se junto com a índia, pois para ele não havia mais razão para continuar vivendo.

Algumas luas se passaram e, ao nascer da lua cheia, no lugar aonde Uiná e Acamí deitaram, começou a brotar uma graciosa planta, espécie totalmente diferente e desconhecida de todos os índios Macuxis. Era a Tamba-Tajá, planta de folhas triangulares, de cor verde escura, trazendo em seu verso uma outra folha de tamanho reduzido, cujo formato se assemelha ao órgão genital feminino. A união das duas folhas simboliza o grande amor existente entre o casal da tribo Macuxi.

O caboclo da Amazônia costuma cultivar esta curiosa planta, atribuindo a ela poderes místicos. Se, por exemplo, em uma determinada casa a planta crescer viçosa com folhas exuberantes, trazendo no seu verso a folha menor, é sinal que existe muito amor naquela casa. Mas se nas folhas grandes não existirem as pequeninas, não há amor naquele lar. Também se a planta apresentar mais de uma folhinha em seu verso acredita-se então que existe infidelidade entre o casal.


 
Composição: Waldemar Henrique

Tamba-Tajá, me faz feliz
Que meu amor me queira bem
Que meu amor seja só meu, de mais ninguém
Que seja meu, todinho meu, de mais ninguém
Tamba-Tajá me faz feliz
Assim o índio carregou
Sua macuxi
Para o roçado, para a guerra, para a morte
Assim carregue o nosso amor à boa sorte
Tamba-Tajá...
Que ninguém mais possa beijar o que beijei
Que ninguém mais escute aquilo que escutei
Nem possa olhar dentro dos olhos que olhei
Tamba-Tajá...


Espero que voces gostem . Beijoos !



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